sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sem despedida

Dora Brisa

Sei – isso é definitivo -,
Não haverá mais a nossa partilha
Da rotina segura – doce lenitivo -,
Nem das alegrias e tristezas de família.

Não jogaremos mais conversa fora,
Não teremos sequer a vida trivial.
Não planejaremos mais ir embora,
Nem faremos o passeio habitual.

Não olharemos mais o céu de madrugada,
Não brigaremos por qualquer razão.
Não lembraremos história passada,
Nem sonharemos futuro de emoção.

(Sei – isso é definitivo -)

Não haverá mais nada, nada,
Simplesmente por que você partiu.
Sem deixar cópia da chave na escada,
Inconsciente, não chorou, nem sorriu.

... E eu fiquei, no meio da casa vazia,
A sentir sua ausência ocupar espaço.
Sem despedida – nem você sabia -,
Seguiu a morte, mas deixou um pedaço.

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