Há muitos anos, décadas até, caminhando à beira-mar, sem procurar coisa alguma, encontrei o nome à minha alma torta: Dora Brisa. De lá pra cá, tudo o que rabisco é assinado por Dora Brisa. São rabiscos tão íntimos, tão meus, tão inúteis, como a minha própria existência insana...
Em razão do acúmulo de rabiscos, decidi providenciar um cantinho a eles, sem qualquer intenção de ser lida, ou relida: uma estante que a gente sabe que existe, mas não compreende (nem pensa) a existência dela...
Há muitos anos, décadas até, também coleciono fotos de nuvens. O que gosto mesmo é fotográ-las – nuvens tão efêmeras, e, por isso mesmo, sem memória, e desapercebidas, esquecíveis. Pra mim, e só a mim, o momento de flagrar essas nuvens é único, inesquecível. Se as capturo, numa fotografia, é pra guardar a existência delas em mim, na minha alma extasiada...
Pronto. Está feito o blog!...