Dora Brisa
A realidade não me compreende,
E o que existe de real em mim
É essa incompreensão pura.
Nada me falta, nada me sobra,
Por que a realidade não me suporta,
Nem me sustenta, ou me acredita.
Fui feita e nascida
À revelia da realidade,
Que me desconhece, ou me ignora.
Assim vivo - à margem da realidade
Que não me enxerga, não me sabe.
O mais real que há em mim
É essa realidade torturante,
Que não chega se fazer presente,
Por que, antes e acima de tudo,
Prevalece o meu existir ignóbil,
Breve, ainda que pesado,
Forjado a ferro e fogo pelas
Chamuscadas farpas de uma
Realidade tão sem sentido
Quão a própria existência humana.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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