segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Vem

Dora Brisa

Vem, toca as minhas mãos,
Vê como são trêmulas e frias,
Tão trêmulas e tão frias,
Como devem ser as mãos
De toda gente.

Vem, me dá um abraço,
Um abraço de alma inteira,
Um abraço aconchegante, quente,
Um abraço silencioso,
Como deveria ter toda gente.

Vem, ouve meu mutismo cansado,
Silêncio feito de nadas,
Depois de ter ouvido tudo,
Até os gritos de dor, de medo,
Gritos de toda gente.

Vem, me conta histórias,
Fala de vidas que não são minhas,
Lembra comigo a tua infância,
Chora e ri da minha (tua) vida,
Tão vivida, como de toda gente.

Vem me dizer que tudo passa:
As nuvens, o sol, a chuva,
As feridas que sangram e cicatrizam.
Mas me diga que também a vida
Passa, como toda gente.

Vem, embala minha alma cansada,
Canta a tua canção pra mim.
Não, não diga mais nada,
Adormeça comigo, na noite sem fim,
Enquanto ainda sonha toda gente.

Vem... Vem...

Voz - Rosany Costa:
 

Um comentário:

  1. Muito tempo hein,parabéns pelo poema confesso que também estou cansado...mas a vida é assim bjs

    ResponderExcluir