Dora
Brisa
Olhares,
Multidões,
Burburinhos
me tonteiam,
e eu derrubo
muros,
tropeço no
meio-fio...
Expectativas,
Memórias,
Barcos vazios
me chegam,
e eu saio de
mim,
viro plateia,
atrás das cortinas...
Nomes,
Sabores,
Fisionomias
me fogem,
e eu me escondo
nas teias
da estante
esquecida, no porão...
Obrigações,
Relógios,
Fantasmas
me aprisionam,
e eu me liberto,
entre as grades
da janela descortinada...
Gritos,
Escuridão,
Ruídos
me estremecem,
e eu danço,
na ausência de
melodia...
Pássaros,
Folhas,
Crianças
me encantam,
e eu me recolho,
nos cantos de
minh’alma...
Mar,
Abismo,
Céus
me fascinam,
e eu me agarro
nos meus olhos
fechados...
Calçadas,
Telefones,
Pensamentos
me chamam,
e eu clamo:
silêncio.
Realidade,
Fatos,
Visões
me chocam,
e eu me sonho,
na rede estirada,
no meio do nada...
Livros,
Músicas,
Filmes
me seduzem,
e eu me deixo
levar
para o fundo do
espelho...
Piano,
Atabaque,
Violão
me calam,
e eu me banho,
na cascata da
capa da revista seca...
Nuvens,
Estradas,
Árvores
me ninam,
e eu me perco,
por não saber
quem sou, sem por quê...
Palavras,
Pessoas,
Tempos
me atravessam,
e eu atravesso a
rua, sem faixa de segurança,
diluída em
reticências...
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