Dora Brisa
Não deveriam haver despedidas -
Nem nas estações rodoviárias e ferroviárias,
Nem nos portos e aeroportos...
Nos cemitérios - apenas um até breve...
Não deveriam ser permitidas
As longas viagens de separação...
Não mais despedidas de grandes amores,
Sequer as pequenas dores...
Não deveriam ser permitidos
Os adeuses encharcados de lágrimas,
Nem tampouco o beijo apressado (amargo),
Com gosto de despedida...
Não deveriam ser permitidos
O choro de quem fica
E o silêncio de quem parte,
Sem saber se vai voltar...
Não deveria ser permitida
A construção de estradas
Que separam, distanciam, desviam corações...
Por lei, deveria ser permitida - tão-somente -
A viagem de quem não segue sozinho...
Toda bagagem deveria conter,
Obrigatoriamente,
Todo sentimento - coração -,
Para quando longe fosse aberta,
Surgissem a família, os amigos,
E até um pouco de chão...
Muitas árvores, passarinhos...
Um colo, uma mão amiga,
E tudo o que se mereça para ser feliz...
Para repouso, uma canção de ninar...
Voz - Sereníssima:
domingo, 20 de novembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário