sábado, 24 de dezembro de 2011

Acalanto

Foto: Denise
Dora Brisa

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu fecho as cortinas, para que
o sol clareie cedo tudo só lá fora...

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu leio estórias, para que
os teus medos vão embora...

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu sopro o teu canto
no ar da tua realidade...

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu despejo teu pranto
no baú da saudade...

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu embalo teu sono
na rede da ternura...

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu protejo teu sonho
da tempestade escura...

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu guardo tudo o que é teu
na caixinha de corações...

Dorme, criança, dorme,
enquanto eu escondo debaixo
da cama, as tuas ilusões...

Dorme, criança, dorme...
Já é tarde...
Ainda tão cedo...
Os pássaros ensaiam alarde...
Também durmo - não percebo...

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