Dora Brisa
Minha alma encara
A arma na cara,
O nó desata:
Mata, mata...
Mas morre de medo
De um sapo
Sem arma, sem alma,
Guardado em segredo...
Minha alma se cala
Diante de elogio,
Só fica à vontade,
Quando tudo está frio...
Minha alma é desfeita
Por pedaços, cacos,
Por contradições refeita...
Minha alma é facetada,
Mosaico de uma história
Mal escrita, mal contada...
Minha alma morre de fome,
Diante da mesa farta,
Enquanto todo mundo come...
Minha alma vive sem memória,
Observando outras almas,
Tantas vidas - uma só história...
Minha alma enxerga lá adiante,
Mas não é capaz de ver
O próprio reflexo no semelhante...
Minha alma carrega uma ternura
Tão seca, tão inútil,
Que não faz sossego na brandura...
Minha alma já não ouve
O próprio silêncio que
Em nenhum momento coube...
Minha alma não sabe, nem entende,
Não é sabida, nem entendida,
Porque não se solta, nem se prende...
Minha alma é tudo do nada
Que aprendi a não ser,
Por que, nesta estrada,
O que minha alma sabe é morrer...
Voz - Eduardo Cunha:
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
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