Dora
Brisa
Pensando
nos meus amigos, vejo que todos somos tão diferentes, e ao mesmo
tempo tão iguais...
Tenho
amigos que não me procuram, não me falam coisas – nem da própria
vida, nem da vida dos outros. Outro amigos me procuram a todo
momento, contando coisas da vida.
Tenho
amigos que, quando me procuram, estão sempre chorando por alguma
coisa. Outros amigos me procuram pra contar piadas, sorrir junto.
Tenho
amigos que se aproximam em silêncio, e em silêncio se afastam.
Outros amigos chegam fazendo alarde, e movimentam a minha vida.
Tenho
amigos que sentem ciúmes de mim, e às vezes até 'emburram' por
causa disso, e me punem com a ausência deles. Outros amigos me
apresentam os amigos deles e fazem amizade com os meus amigos – e a
família aumenta.
Tenho
amigos que, quando me procuram, é para falar sobre economia,
política, situação do País, profissões, mercado de trabalho.
Outros amigos compartilham comigo a alma poética, e viajamos juntos
por nuvens que eu (ainda) não conhecia.
Tenho
amigos que me falam de futilidades, brincam com as vaidades, e
acabamos rindo juntos. Outros amigos só me dizem coisas sérias,
abismais até, e nos perdemos em questões existenciais.
Tenho
amigos que estão sempre procurando um jeito pra falarem comigo, se
preocupando como vão me tratar. Outros amigos me chegam de qualquer
jeito, e rimos à toa, ou até choramos.
Tenho
amigos que não me compreendem, ou talvez não me aceitem, mas nem
por isso deixam de me buscar. Outros amigos, sem questionarem se me
entendem ou não, permanecem comigo na caminhada atemporal.
Tenho
amigos pretos, brancos, vermelhos, amarelos – coloridos de alma.
Tenho amigos melancólicos, alegres, silenciosos, festeiros. São
amigos queridos que sempre encontram no meu coração, o aconchego.
Sei que todos os meus amigos são o meu plural – por que eu sou
cadinho de cada um deles.
Voz: Rosany Costa - Edição - Enise:
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