Dora Brisa
Seguindo meu curso natural,
Tateio a loucura antiga,
Nesta lucidez abismal.
E não há poesia amiga
Que hoje não me faça mal.
Contorno a grande ferida,
Que jorra vermelho colossal.
Não fujo do que chamam vida,
Nem abandono o prumo racional.
Quero apenas ficar recolhida,
Respirando ar universal,
Por todos esquecida,
Sem precisar ser normal.
Cambaleando pensativa,
Em meditação sepulcral,
Engulo o silêncio da avenida,
Vomito na transversal.
Adiante, corro, espavorida,
Ultrapasso o sinal.
Consciência desmedida,
Nem percebo o que é fatal:
Louca existência perdida
No vazio de uma vida real.
Voz - Rosany Costa:
segunda-feira, 19 de julho de 2010
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