Dora Brisa
Faço da tua dor, minha dor...
Do teu cantar, meu olhar a vida...
Do teu medo, meu horror.
Da tua tristeza, minha ferida...
Despojo-me de mim,
Para tocar - de leve - tua alma...
Neste exercício de doação sem fim,
Apercebo-me mais calma...
Já não tenho mais dor,
Nem pensamentos, ou saudade...
Abandono meu temor,
E refugio-me na eternidade...
Nesta busca insana da poesia,
Descrevo teu sentir,
Como tu o escreverias...
E já não te sentes sozinha,
Nem eu tampouco mundana...
És o reto desta linha,
A verdade mais profana...
Enquanto tua vida descrevo,
Apreendo tua visão,
E nesta caminhada me atrevo
A sentir teu coração...
Quanto mais isso faço,
Percebo dentro de mim,
No aprendizado, mais um traço
De quem só quer seguir assim...
De que me valeriam palavras - quimeras -,
Se delas me servisse a bel-prazer,
Sem nada me deixarem a outras eras,
Quando novas lições terei de aprender?
Por isso, o exercício constante,
Da tua alma, minha proximidade...
Tudo discreto, um tanto distante,
Para não ferir tua individualidade...
E quando imaginas que estou por perto,
Não acreditarias se te confessasse:
É o meu momento mais liberto,
Ai de mim, se na vida não brincasse...
Voz - Helena Antoun:
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Risco
Dora Brisa
Você sabe que não tem volta,
E ainda arrisca...
Você sabe que a dor não solta,
E ainda arrisca...
Você sabe que não há mais tempo,
E ainda arrisca...
Você sabe que a desilusão é o tormento,
E ainda arrisca...
Você sabe que não há caminho,
E ainda arrisca...
Você sabe que anda em desalinho,
E ainda arrisca...
Você sabe que tem de se desapegar,
E ainda arrisca...
Você sabe que não pode gritar,
E ainda arrisca...
Você sabe do seu coração,
E ainda arrisca...
Você sabe que pode ser a última canção,
E ainda arrisca...
Você sabe que tudo pode ser nada,
E ainda arrisca...
Você sabe da sentença planejada,
E ainda arrisca...
Você sabe da lágrima escondida,
E ainda arrisca...
Você sabe da alma em ferida,
E ainda arrisca...
Você sabe do risco de ser
Quem você é: artista...
Você sabe...
Você arrisca...
Você sabe que não tem volta,
E ainda arrisca...
Você sabe que a dor não solta,
E ainda arrisca...
Você sabe que não há mais tempo,
E ainda arrisca...
Você sabe que a desilusão é o tormento,
E ainda arrisca...
Você sabe que não há caminho,
E ainda arrisca...
Você sabe que anda em desalinho,
E ainda arrisca...
Você sabe que tem de se desapegar,
E ainda arrisca...
Você sabe que não pode gritar,
E ainda arrisca...
Você sabe do seu coração,
E ainda arrisca...
Você sabe que pode ser a última canção,
E ainda arrisca...
Você sabe que tudo pode ser nada,
E ainda arrisca...
Você sabe da sentença planejada,
E ainda arrisca...
Você sabe da lágrima escondida,
E ainda arrisca...
Você sabe da alma em ferida,
E ainda arrisca...
Você sabe do risco de ser
Quem você é: artista...
Você sabe...
Você arrisca...
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Assim e simplesmente
Dora Brisa
Toca o próprio
Reduzido mundo,
Com as pontas
Dos dedos esticados,
Corpo retesado,
Na ponta dos pés...
Tateia as paredes
Da própria alma,
Que ecoa, desconhecida,
Com os olhos
Fechados pela
Inconsistente inconsciência...
Foge dos próprios
Passos inseguros,
Tropeça no caminho
Que não foi escolhido,
Sem saber que
Desaprendeu de voar...
Gagueja o próprio
Dialeto mudo,
Com toda sede
Do deserto escuro,
Sem oásis dos
Sonhos jamais sonhados...
Esconde-se do próprio
Medo desafiador,
Nos cantos frios
Da vida forjada
Pela própria loucura
Que a humanidade ignora...
A cada dia, comete
E repete o próprio suicídio
De animal destinado a morrer,
Ainda que tivesse
Outras vidas, outros mundos,
Outros cantos, outros nadas...
Voz - Elisa:
Toca o próprio
Reduzido mundo,
Com as pontas
Dos dedos esticados,
Corpo retesado,
Na ponta dos pés...
Tateia as paredes
Da própria alma,
Que ecoa, desconhecida,
Com os olhos
Fechados pela
Inconsistente inconsciência...
Foge dos próprios
Passos inseguros,
Tropeça no caminho
Que não foi escolhido,
Sem saber que
Desaprendeu de voar...
Gagueja o próprio
Dialeto mudo,
Com toda sede
Do deserto escuro,
Sem oásis dos
Sonhos jamais sonhados...
Esconde-se do próprio
Medo desafiador,
Nos cantos frios
Da vida forjada
Pela própria loucura
Que a humanidade ignora...
A cada dia, comete
E repete o próprio suicídio
De animal destinado a morrer,
Ainda que tivesse
Outras vidas, outros mundos,
Outros cantos, outros nadas...
Voz - Elisa:
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Reze por mim
Dora Brisa
A estação é pequenina, como também Solidão, cidade escondida no mapa de Pernambuco. É de lá que parto para o desconhecido - imprevisível. A cada nuvem de poeira que o ônibus levanta, viajo cada vez mais longe. Em Solidão, nada, nem ninguém deixei a chorar. Para onde vou (?), nada, ninguém à minha espera.
No banco a meu lado, uma senhora adormece em seus cabelos brancos de prata. Nas mãos, um rosário singelo entrelaçado, comprovando décadas de fé. Por um instante, fico a admirar aquele semblante desconhecido, e, ao mesmo tempo, tão familiar. Enquanto isso, ela parece acalentar o sono - sonho! - mais profundo. O ônibus dá adeus a Solidão.
Aos poucos, quanto mais o ônibus me leva às entranhas do Brasil, mais perto chego do meu interior. O que sinto agora é o cheiro da terra nordestina, mais uma vez, molhada de esperança. Me vejo a plantar sementes miúdas, há tempo guardadas para o momento tão esperado. São poucas, é verdade, mas germinam, e o verde toma conta do meu olhar.
Depois, a terra vai secando de novo. Nem as lágrimas do sertanejo sofrido servem para germinar uma só semente. O solo rachado vai, lentamente, secando até as minhas últimas esperanças. Justo eu, que sempre disse que a esperança é a última que morre.
Com a esperança, morrem mulheres batalhadoras, homens de bem, crianças que ainda sonhavam. Diante da realidade que machuca o (meu) chão, meus olhos não molham mais a recôndita esperança que ainda persiste.
Um por um, todos partem - com o corpo, com a alma. Perplexo, assisto a tudo, sem me mover, como uma pedra a render-se à força da seca.
Novamente, o ônibus pára. Minha companheira de banco continua a dormir (sonhar?), ignorando o sobe-e-desce dos passageiros. Acotovelando-se, aos poucos, todos encontram lugar. As fisionomias cansadas são todas tão iguais...
Num segundo, estou de novo em Solidão. As despedidas não cessam. Vai embora o mais próximo, e o mais distante também. Fico eu, que, numa de minhas viagens, encontrei Solidão. Quando cheguei, ninguém me esperava. Agora, o último a sair não tem um só alguém para despedir-se. Sei que não deixo saudade. Comigo, levo a vida de Solidão...
Num gesto involuntário, aquelas lágrimas contidas na aridez nordestina jorram. Quanto mais tento contê-las, deságuam, como eu queria ver o sertão. Volto a olhar a velhinha, mas ela continua adormecida, não testemunha minha dor. Aquela fisionomia tranquila me acalma... Já não choro mais, e meu pensamento é só para ela: Reze por mim!
Por um momento, espero um só gesto. Nem as mãos se movem em torno do rosário. De repente, adormeço ao lado dela, que parece me levar à esperança. Um pouco de paz...
Nova parada do ônibus, que estaciona aos solavancos. Inesperadamente, a velhinha, em gestos lentos e delicados, prenuncia desembarcar. A bagagem é pequena, mas parece suficiente. Pede-me licença, e apresenta o cartão ao motorista.
Num único (primeiro e último) olhar, ela se aproxima de mim, e diz pausadamente: “Vou rezar por você! Quando chegar em Amparo, não deixe de rezar por mim. Estarei esperando”.
Em meio ao meu silêncio atônito, a Sabedoria desce lentamente do ônibus, que segue a viagem...
A estação é pequenina, como também Solidão, cidade escondida no mapa de Pernambuco. É de lá que parto para o desconhecido - imprevisível. A cada nuvem de poeira que o ônibus levanta, viajo cada vez mais longe. Em Solidão, nada, nem ninguém deixei a chorar. Para onde vou (?), nada, ninguém à minha espera.
No banco a meu lado, uma senhora adormece em seus cabelos brancos de prata. Nas mãos, um rosário singelo entrelaçado, comprovando décadas de fé. Por um instante, fico a admirar aquele semblante desconhecido, e, ao mesmo tempo, tão familiar. Enquanto isso, ela parece acalentar o sono - sonho! - mais profundo. O ônibus dá adeus a Solidão.
Aos poucos, quanto mais o ônibus me leva às entranhas do Brasil, mais perto chego do meu interior. O que sinto agora é o cheiro da terra nordestina, mais uma vez, molhada de esperança. Me vejo a plantar sementes miúdas, há tempo guardadas para o momento tão esperado. São poucas, é verdade, mas germinam, e o verde toma conta do meu olhar.
Depois, a terra vai secando de novo. Nem as lágrimas do sertanejo sofrido servem para germinar uma só semente. O solo rachado vai, lentamente, secando até as minhas últimas esperanças. Justo eu, que sempre disse que a esperança é a última que morre.
Com a esperança, morrem mulheres batalhadoras, homens de bem, crianças que ainda sonhavam. Diante da realidade que machuca o (meu) chão, meus olhos não molham mais a recôndita esperança que ainda persiste.
Um por um, todos partem - com o corpo, com a alma. Perplexo, assisto a tudo, sem me mover, como uma pedra a render-se à força da seca.
Novamente, o ônibus pára. Minha companheira de banco continua a dormir (sonhar?), ignorando o sobe-e-desce dos passageiros. Acotovelando-se, aos poucos, todos encontram lugar. As fisionomias cansadas são todas tão iguais...
Num segundo, estou de novo em Solidão. As despedidas não cessam. Vai embora o mais próximo, e o mais distante também. Fico eu, que, numa de minhas viagens, encontrei Solidão. Quando cheguei, ninguém me esperava. Agora, o último a sair não tem um só alguém para despedir-se. Sei que não deixo saudade. Comigo, levo a vida de Solidão...
Num gesto involuntário, aquelas lágrimas contidas na aridez nordestina jorram. Quanto mais tento contê-las, deságuam, como eu queria ver o sertão. Volto a olhar a velhinha, mas ela continua adormecida, não testemunha minha dor. Aquela fisionomia tranquila me acalma... Já não choro mais, e meu pensamento é só para ela: Reze por mim!
Por um momento, espero um só gesto. Nem as mãos se movem em torno do rosário. De repente, adormeço ao lado dela, que parece me levar à esperança. Um pouco de paz...
Nova parada do ônibus, que estaciona aos solavancos. Inesperadamente, a velhinha, em gestos lentos e delicados, prenuncia desembarcar. A bagagem é pequena, mas parece suficiente. Pede-me licença, e apresenta o cartão ao motorista.
Num único (primeiro e último) olhar, ela se aproxima de mim, e diz pausadamente: “Vou rezar por você! Quando chegar em Amparo, não deixe de rezar por mim. Estarei esperando”.
Em meio ao meu silêncio atônito, a Sabedoria desce lentamente do ônibus, que segue a viagem...
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Coração
Dora Brisa
O coração que te entrego agora
Não bate, nem apanha...
Tão-somente pulsa e sangra a cada hora...
Por isso, toma cuidado: não arranha...
Este coração não é feito de poesia...
Pelo contrário, tem sangue - morno e vermelho...
Coração de vida vadia,
Órgão refletido no menor espelho...
Pequeno, e quase sempre tão frágil,
Cabe - inteiro - na tua mão...
Evita o movimento mais ágil,
Pois o que tens é o meu coração...
Coração que não pulsa mais forte diante da dor,
Nem acelera enamorado...
Um órgão feito de sangue - amor...
Nada mais que um pedaço do meu corpo dilacerado...
Aceita este coração a pulsar descompassado,
Em ritmo às vezes tão inseguro...
Entre tuas mãos, abandonado,
Entregue ao sentimento mais puro...
E se um dia este coração não mais pulsar,
Silencia por um momento...
Nada de lágrimas a extravasar,
Nem qualquer poesia de lamento...
Foi apenas mais um coração
Que, de tanto pulsar, chegou a morrer...
E, por amar sem qualquer exatidão,
Simplesmente não suportou mais viver...
Voz - Rosany Costa:
O coração que te entrego agora
Não bate, nem apanha...
Tão-somente pulsa e sangra a cada hora...
Por isso, toma cuidado: não arranha...
Este coração não é feito de poesia...
Pelo contrário, tem sangue - morno e vermelho...
Coração de vida vadia,
Órgão refletido no menor espelho...
Pequeno, e quase sempre tão frágil,
Cabe - inteiro - na tua mão...
Evita o movimento mais ágil,
Pois o que tens é o meu coração...
Coração que não pulsa mais forte diante da dor,
Nem acelera enamorado...
Um órgão feito de sangue - amor...
Nada mais que um pedaço do meu corpo dilacerado...
Aceita este coração a pulsar descompassado,
Em ritmo às vezes tão inseguro...
Entre tuas mãos, abandonado,
Entregue ao sentimento mais puro...
E se um dia este coração não mais pulsar,
Silencia por um momento...
Nada de lágrimas a extravasar,
Nem qualquer poesia de lamento...
Foi apenas mais um coração
Que, de tanto pulsar, chegou a morrer...
E, por amar sem qualquer exatidão,
Simplesmente não suportou mais viver...
Voz - Rosany Costa:
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Delirio
Dora Brisa
Minha alma perdeu os trilhos
Do coração,
Descarrilou,
E embrenhou-se
Na mata escura
Do não viver...
Minha alma banhou-se
Nas lavas de
Um vulcão unico
E inesquecível.
Nunca mais foi a mesma,
E sofre a falta do vulcão...
Minha alma não quer
Vida possível,
Por isso, esgotável.
Quer logo o impossível,
Mergulhar nas lavas
Tontas de erupção...
Minha alma encharcada
É puro vulcão esquecido,
À espera das lavas,
Para encherem de vida
E calor, onde repousa
Minha alma perdeu os trilhos
Do coração,
Descarrilou,
E embrenhou-se
Na mata escura
Do não viver...
Minha alma banhou-se
Nas lavas de
Um vulcão unico
E inesquecível.
Nunca mais foi a mesma,
E sofre a falta do vulcão...
Minha alma não quer
Vida possível,
Por isso, esgotável.
Quer logo o impossível,
Mergulhar nas lavas
Tontas de erupção...
Minha alma encharcada
É puro vulcão esquecido,
À espera das lavas,
Para encherem de vida
E calor, onde repousa
Minha solidão desamparada...
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Procura cega
Dora Brisa
Enquanto você, cabisbaixo,
Me procura nas coisas que parecem minhas,
Eu simplesmente me acho
Nas silenciosas entrelinhas...
Você me procura na sala escura,
E eu banhada pela luz
Da solidão mais pura...
Você pede de mim aos vizinhos,
E eu – ajoelhada, dolorida –
A retirar seus espinhos...
Você me questiona, surdo,
Sobre política, macrobiótica,
Enquanto eu vivo do absurdo:
Sou bio – nada lógica...
Você me procura em igrejas,
Me chama de querubim,
E eu – pagã – bebo cachaça com cerejas,
Na esquina, no botequim...
Você sai à minha cata,
Em cerimônias, coquetéis,
E eu fico com a minha coca-cola em lata,
Em casa, comendo pastéis...
Decidido, você me presenteia
Farto estojo de maquiagem,
Sem saber que esta alma incendeia,
Despudorada, derretendo a imagem.
No circo, lá vai você perdido,
Com o olhar me buscando no público inteiro,
Ignorando que eu sou o pobre aturdido
Palhaço sem a menor graça no picadeiro...
Enquanto você fica parado no portão,
À minha procura (cega) lá fora,
Bato forte a porta do coração,
Definitivamente: vou embora...
Voz - Helena Antoun:
Enquanto você, cabisbaixo,
Me procura nas coisas que parecem minhas,
Eu simplesmente me acho
Nas silenciosas entrelinhas...
Você me procura na sala escura,
E eu banhada pela luz
Da solidão mais pura...
Você pede de mim aos vizinhos,
E eu – ajoelhada, dolorida –
A retirar seus espinhos...
Você me questiona, surdo,
Sobre política, macrobiótica,
Enquanto eu vivo do absurdo:
Sou bio – nada lógica...
Você me procura em igrejas,
Me chama de querubim,
E eu – pagã – bebo cachaça com cerejas,
Na esquina, no botequim...
Você sai à minha cata,
Em cerimônias, coquetéis,
E eu fico com a minha coca-cola em lata,
Em casa, comendo pastéis...
Decidido, você me presenteia
Farto estojo de maquiagem,
Sem saber que esta alma incendeia,
Despudorada, derretendo a imagem.
No circo, lá vai você perdido,
Com o olhar me buscando no público inteiro,
Ignorando que eu sou o pobre aturdido
Palhaço sem a menor graça no picadeiro...
Enquanto você fica parado no portão,
À minha procura (cega) lá fora,
Bato forte a porta do coração,
Definitivamente: vou embora...
Voz - Helena Antoun:
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Faz-de-conta
Dora Brisa
Se você existisse,
Eu continuaria sendo
Essas tantas:
Quem eu penso
Que sou,
Quem as pessoas
Pensam que sou,
Quem eu sou
Sem pensar, e
Quem eu não sou...
Se você existisse,
Eu continuaria
Tentando descontrair
O stress cotidiano,
Brincar de gravata,
Ensinar cumprimento
Breve, a quem
Finge não me ver...
Se você existisse,
Eu continuaria
Sendo a irônica
Incorrigível,
A palhaça
Sem graça do
Picadeiro da vida,
A criança fora de época...
Se você existisse,
Eu continuaria
Acreditando que
Gentileza
Sorriso
Respeito
Apoio
Fazem toda a diferença...
Se você existisse,
Eu continuaria
Tropeçando
Nos próprios pés,
Deslizando
No leite derramado,
Chorando o que tive
E o que não tive também...
Se você existisse,
Eu continuaria
Olhando mais
As nuvens
Que abaixo delas,
Os olhos da alma
Que o corpo efêmero,
O tudo do nada...
Se você existisse,
E um dia partisse,
Ainda ssim,
Você continuaria existindo em mim,
E eu ainda enxergaria
Solidão:
Tua e minha solidão,
No silêncio deste tempo
Que não quer
Saber de passar...
Se você existisse,
Eu continuaria sendo
Essas tantas:
Quem eu penso
Que sou,
Quem as pessoas
Pensam que sou,
Quem eu sou
Sem pensar, e
Quem eu não sou...
Se você existisse,
Eu continuaria
Tentando descontrair
O stress cotidiano,
Brincar de gravata,
Ensinar cumprimento
Breve, a quem
Finge não me ver...
Se você existisse,
Eu continuaria
Sendo a irônica
Incorrigível,
A palhaça
Sem graça do
Picadeiro da vida,
A criança fora de época...
Se você existisse,
Eu continuaria
Acreditando que
Gentileza
Sorriso
Respeito
Apoio
Fazem toda a diferença...
Se você existisse,
Eu continuaria
Tropeçando
Nos próprios pés,
Deslizando
No leite derramado,
Chorando o que tive
E o que não tive também...
Se você existisse,
Eu continuaria
Olhando mais
As nuvens
Que abaixo delas,
Os olhos da alma
Que o corpo efêmero,
O tudo do nada...
Se você existisse,
E um dia partisse,
Ainda ssim,
Você continuaria existindo em mim,
E eu ainda enxergaria
Solidão:
Tua e minha solidão,
No silêncio deste tempo
Que não quer
Saber de passar...
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