Dora Brisa
Minha alma perdeu os trilhos
Do coração,
Descarrilou,
E embrenhou-se
Na mata escura
Do não viver...
Minha alma banhou-se
Nas lavas de
Um vulcão unico
E inesquecível.
Nunca mais foi a mesma,
E sofre a falta do vulcão...
Minha alma não quer
Vida possível,
Por isso, esgotável.
Quer logo o impossível,
Mergulhar nas lavas
Tontas de erupção...
Minha alma encharcada
É puro vulcão esquecido,
À espera das lavas,
Para encherem de vida
E calor, onde repousa
Minha alma perdeu os trilhos
Do coração,
Descarrilou,
E embrenhou-se
Na mata escura
Do não viver...
Minha alma banhou-se
Nas lavas de
Um vulcão unico
E inesquecível.
Nunca mais foi a mesma,
E sofre a falta do vulcão...
Minha alma não quer
Vida possível,
Por isso, esgotável.
Quer logo o impossível,
Mergulhar nas lavas
Tontas de erupção...
Minha alma encharcada
É puro vulcão esquecido,
À espera das lavas,
Para encherem de vida
E calor, onde repousa
Minha solidão desamparada...
Triste! Belo. Pavoroso.
ResponderExcluirÉ incrível como me identifico com seus textos, a proximidade que sinto com a sua linguagem; seus poemas sempre trazendo a transparência e a ausência de uma presença que deixa saudade, vivida no passado, mas rente agora ao presente. A dor da separação do "eu" íntimo do antes para o depois - no que existe do tempo que conhecemos numa vida fragmentada, mas a busca, contudo, por uma vida una. O uníssono da voz do mundo.
Mas que chateação! O som dos trilhos atrapalham. E nos levam... para tão longe do aquecimento do fogo. O fogo que lava, "nutre" e "refresca", transparece depois de fervilhar as impurezas de um "eu" adormecido.
O vulcão acordou. Mas jamais poderá regressar a lava que dele expeliu.
Beijo grande!