Dora Brisa
O coração que te entrego agora
Não bate, nem apanha...
Tão-somente pulsa e sangra a cada hora...
Por isso, toma cuidado: não arranha...
Este coração não é feito de poesia...
Pelo contrário, tem sangue - morno e vermelho...
Coração de vida vadia,
Órgão refletido no menor espelho...
Pequeno, e quase sempre tão frágil,
Cabe - inteiro - na tua mão...
Evita o movimento mais ágil,
Pois o que tens é o meu coração...
Coração que não pulsa mais forte diante da dor,
Nem acelera enamorado...
Um órgão feito de sangue - amor...
Nada mais que um pedaço do meu corpo dilacerado...
Aceita este coração a pulsar descompassado,
Em ritmo às vezes tão inseguro...
Entre tuas mãos, abandonado,
Entregue ao sentimento mais puro...
E se um dia este coração não mais pulsar,
Silencia por um momento...
Nada de lágrimas a extravasar,
Nem qualquer poesia de lamento...
Foi apenas mais um coração
Que, de tanto pulsar, chegou a morrer...
E, por amar sem qualquer exatidão,
Simplesmente não suportou mais viver...
Voz - Eduardo Cunha:
terça-feira, 30 de agosto de 2011
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Saudade amiga.
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