Dora
Brisa
Hoje,
sinto estar plena,
Plena
de mim,
Plena
em mim,
Plena
comigo.
Fiz
o que pude,
E
o que não pude, também.
Se
não fiz o que
Os
outros desejavam,
Foi
por não saber fazer,
Ou
por não querer fazer,
Ou
não querer saber fazer,
Ou
nem lembro mais por quê.
Só
não fiz o que
Dependia
do outro, dos outros.
Se
não foi feito,
Faltou
o outro
(E
eu a esperar).
Muitos
não me compreenderam
(Nem
eu me compreendo).
Alguns
compreenderam-me pouco,
E
assustaram-se
(Também,
eu me assusto comigo).
Sonharam
muitos sonhos,
Para
mim
(Esqueceram
de acordar-me).
Traçaram
destinos,
À
revelia da minha vida predestinada
(E
eu em desatino).
Quiseram-me
obediente,
Até
previsível
(E
eu fascinada pelo impossível).
Podaram
minhas asas,
De
onde nasceram
Sonhos
que não voam.
Tentei
falar-lhes,
Pelo
idioma humano,
Mas
sou indomável às palavras.
Das
vidas que não vivi,
Restou-me
dor dilacerante,
Ancestral!...
E
o que sei é que guardo
Lembranças
do que viverei,
E
isso dilacera de dor,
As
minhas memórias mais antigas.
Por
isso, também,
Sinto-me
plena,
Tão
plena,
Que
poderia morrer,
Nesta
madrugada
Mais
plena que eu,
E
menos fria.
E
não haverá vida
Que
saiba da vida minha...
Voz – Rosany Costa:
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