Rosany Costa
A noite esvai-se. Escoa...
No horizonte os últimos vestígios de escuridão mesclam-se com o purpúreo.
Volto mais uma vez meu olhar para a velha mangueira.
A mesma mangueira que em noites de lua cheia ganha de adorno um halo prateado que a faz para mim, única!
Efeito desta lua que por detrás surge cingindo-a de um prateado singular, como se entalhada estivesse sobre o céu.
Aproximam-se o outono e outra lua cheia...
Ainda restam alguns frutos nesta minha amiga, que até a pouco estava carregada, pujante.
Logo não haverá mais mangas (Bourbon). E ela continuará linda, altaneira, imponentemente esperando pelas luas cheias...
E continuaremos a ter nossas longas conversas pela madrugada. Ela, eu e a lua cheia...
Somos três senhoras confidentes. Uma cheia de luz, outra cheia de frutos e a outra repleta de amor.
Temos fases, atravessamos estações e de certa forma estamos eternizadas.
A lua pelo desde sempre admirada e decantada.
Eu e minha velha amiga mangueira pelos frutos dados, por nossas sementes plantadas.
De súbito penso em tantas maravilhas que meu olhar desfruta, absorve, retêm.
Coisas que enternecem minha alma e delicadamente, suavemente contagiam-me fazendo com que deseje partilhar momentos tão sublimes.
Posso descrevê-las, relatá-las e tão somente isso.
Não.
Pode ser mais.
Somos mais!
As saberás através do meu olhar.
As sentirás pela emoção com que eu as relatar.
As tatearás pela minha voz e as verás com a tua sensibilidade.
Já desfrutamos tanto juntos e sob o mesmo olhar...
Cumplicidaremos através do amor.
Bom dia estrela-guia.
Bom dia vida.
Bom dia meu amor!
Bom dia minha vida!
Recebe meu beijo com sabor de manga...
Quem sabe... algum dia!
A lua, a mangueira, tu e eu.
Quem sabe... um dia...
Um beijo com sabor de manga!
Voz – Rosany Costa:
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
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