Manuel Bandeira
O que eu adoro em ti
Não é a tua beleza.
A beleza é em nós que existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti é a vida!
na minha voz:
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
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Uauuuu!
ResponderExcluirFicou lindissimo!
Terei? ;p
Quanto tempo não ouço a moça recitar ;)
Beijo!
Dora minha querida, tá td muito lindo amiga, amei!!! Bjus proc!!!!!!!!
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