Dora Brisa
Enquanto encho de nada minha bagagem,
Em silêncio você fica...
Uma só miragem,
Neste instante que petrifica...
Na minha mudez translúcida,
Peço a você para cuidar
Das nossas plantas, da nossa música...
Fica com meu silêncio mais gritante,
Minha vida vazia,
Minha melancolia sufocante,
Minha esperança vadia...
Pode guardar o que nunca te falei...
Resgata aquela poesia
Que jamais escreverei...
Lembra o espelho que não enxerguei?
Guarda-o junto com a
Máscara que não usei...
Fica com o livro empoeirado...
Queima as cartas que sem endereço deixei...
Joga fora meu passado,
E com ele tudo o que ainda terei...
Recorda o quadro na estante?
Arrebenta sem pensar...
Deixa a parede instigante,
Para meu vazio respirar...
Guarda aquela viagem que nunca fiz,
E as fotos que não tirei...
Pensa que talvez tenha sido feliz
Com o sonho que acalentei...
Fica com a minha vontade de ajudar...
Cuida da minha última esperança...
Permita a loucura me achar,
Na mais antiga lembrança...
Agora, ajuda ajeitar a bagagem:
Dobra os nadas, a vida sem sentido...
Recolhe essas palavras soltas - bobagem!...
Faça de conta que há muito tenho ido...
Não precisa se despedir...
Deixa a porta escancarada,
Lembra sempre que não há como partir
Uma vida abandonada...
sem palavras, simplesmente lindo!
ResponderExcluirobrigadooo!
bjuuuu
Elisa