Dora Brisa
Oh, Deus dos cristãos,
Jeová dos testemunhas,
Buda dos orientais,
Deuses africanos,
Ou seja lá mais quem for!
É a Vós todos que dirijo
Minha (única) oração
Miserável, atrasada,
Igual minha vida,
Que se acaba,
Antes de começar.
Oh, Deuses, a quem todos
Ajoelham-se, nos altares
De uma fé que desconheço,
Não peço-vos que me tirem
A vida, por que a vida
Abandona o que é vivo,
E tudo e nada levam à morte,
Seja o caminho que for.
Peço-vos que me arranquem
A alma, essa alma maltrapilha,
Alma chamuscada por dores
De uma vida torta, desumana,
Desaprendida, a cada dia.
Dai-me, oh Deuses,
O descanso do não-existir,
As cinzas de uma alma inútil!...
Calai meu último grito,
Quebrai os sonhos dessa alma
Que não dorme o sono do ser...
Fechai todas as portas
Das efêmeras possibilidades...
Sufocai a minha alma, no canto
Mais mudo, e escuro, e frio,
Até que, dos meus lábios arroxeados,
Não saia sequer o murmúrio:
Amém!...
Oh, Deus dos cristãos,
Jeová dos testemunhas,
Buda dos orientais,
Deuses africanos,
Ou seja lá mais quem for!
É a Vós todos que dirijo
Minha (única) oração
Miserável, atrasada,
Igual minha vida,
Que se acaba,
Antes de começar.
Oh, Deuses, a quem todos
Ajoelham-se, nos altares
De uma fé que desconheço,
Não peço-vos que me tirem
A vida, por que a vida
Abandona o que é vivo,
E tudo e nada levam à morte,
Seja o caminho que for.
Peço-vos que me arranquem
A alma, essa alma maltrapilha,
Alma chamuscada por dores
De uma vida torta, desumana,
Desaprendida, a cada dia.
Dai-me, oh Deuses,
O descanso do não-existir,
As cinzas de uma alma inútil!...
Calai meu último grito,
Quebrai os sonhos dessa alma
Que não dorme o sono do ser...
Fechai todas as portas
Das efêmeras possibilidades...
Sufocai a minha alma, no canto
Mais mudo, e escuro, e frio,
Até que, dos meus lábios arroxeados,
Não saia sequer o murmúrio:
Amém!...
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