sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Incógnita

Dora Brisa

Não te peço que me compreendas,
Nem que traduzas meus sonhos,
Meus pesadelos...
Não quero que definas
O que penso,
O que sinto...
Nada te imploro,
Porque também eu não me compreendo,
E meus sonhos confundem-se com pesadelos...
Não sei onde começa meu pensar,
Nem aonde termina meu sentir...
Na minha tentativa
De simplesmente existir,
Tornei-me uma incógnita para mim mesma:
Nem isso entendo...
Caminha comigo,
Aceita esta companhia incógnita,
Ilumina a sombra que denuncia
Meus passos inseguros...
Escuta comigo
O eco do meu silêncio,
E limpa minhas vistas embaçadas
Pelas imagens repetitivas...
Clareia comigo todos os cantos
Deste grande labirinto,
Que, para justificarmos a própria morte,
Chamamos vida...

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