(À Cecília Meireles)
Dora Brisa
A porta do meu coração
Continua aberta
Mas não sou poeta
Só choro
Quando a saudade aperta
Mas não sou poeta
Alguns “normais”
Me consideram pouco esperta
Mas não sou poeta
Me perco nas palavras
Sou tão indireta
Mas não sou poeta
Quase sempre viajo
Em Alfa, Beta
Mas não sou poeta
Nas tempestades
Minha pequenez permanece ereta
Mas não sou poeta
Meu pensar tem asas
De matéria concreta
Mas não sou poeta
Meu sentir vagueia
Além da vida incompleta
Mas não sou poeta
Meu olhar sobrevive
Em estado de alerta
Mas não sou poeta
Minhas mãos e meus braços suportam
A carga aparentemente correta
Mas não sou poeta
Diante da música
Minha alma desperta
Mas não sou poeta
Minha vida sem mistérios
É simples, discreta
Mas não sou poeta
Minha alma torta
Tenta caminhar em linha reta
Mas não sou poeta
Tão-somente escrevo o que
Me transcende, me liberta
Mas não sou poeta
Cecília é – e sempre será – poeta,
Em cada verso,
Em cada crônica,
Na sensibilidade descoberta...
Voz - Sereníssima:
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
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