Dora Brisa
(Para alguém que seguiu viagem sem volta)
Já não vejo mais seu olhar perdido,
Nem seu sorriso ingênuo de não pensar.
O que você sonhou um dia, e foi esquecido?
Por que não se entrega à vida a expirar?
Será que ainda lembra algum momento?
Do que teve consciência na triste vida?
O que guardou da infância ao relento?
Seu silêncio ecoa na gaiola apodrecida.
Você sabe, ainda sabe de tudo.
Por que não se debate numa só reação?
Seu mundo ficou, de repente, mudo,
Nem sua alma parece em oração.
Ao seu lado, neste leito entristecido,
Onde a vida padece a cada segundo,
Já não espero mais sequer um gemido,
Nem uma fala sua, ou olhar moribundo.
Será que lê os pensamentos meus,
Ou se afoga na desesperança?
Ainda guarda a fé em Deus,
Ou sua alma chora feito criança?
Tem na memória os sonhos que dançava?
Guardou, de algum passeio, o sabor do vento?
Será que lembra o relógio que mais gostava?
Pra que relógio, se não há mais tempo?...
(Para alguém que seguiu viagem sem volta)
Já não vejo mais seu olhar perdido,
Nem seu sorriso ingênuo de não pensar.
O que você sonhou um dia, e foi esquecido?
Por que não se entrega à vida a expirar?
Será que ainda lembra algum momento?
Do que teve consciência na triste vida?
O que guardou da infância ao relento?
Seu silêncio ecoa na gaiola apodrecida.
Você sabe, ainda sabe de tudo.
Por que não se debate numa só reação?
Seu mundo ficou, de repente, mudo,
Nem sua alma parece em oração.
Ao seu lado, neste leito entristecido,
Onde a vida padece a cada segundo,
Já não espero mais sequer um gemido,
Nem uma fala sua, ou olhar moribundo.
Será que lê os pensamentos meus,
Ou se afoga na desesperança?
Ainda guarda a fé em Deus,
Ou sua alma chora feito criança?
Tem na memória os sonhos que dançava?
Guardou, de algum passeio, o sabor do vento?
Será que lembra o relógio que mais gostava?
Pra que relógio, se não há mais tempo?...
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